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sábado, 12 de janeiro de 2013

O ASSALTO

Resoluto,"de bicho",
acossado, fascinado pelo ilícito,
o menino pega em armas -
uma espécie de karma -
desce o morro carente
misturando-se`com aquela gente,
para fazer "um ganho"
no meio da multidão, qual rebanho,
cuja vítima à escolher,
defini-se pelo jeito de ser...
ao bel prazer.
Com palavras decoradas,
ações previamente ensaiadas,
ele faz a abordagem
cheio de atitudes e demonstrando coragem
como se fora um príncipe -
do delinquente a antítese -
com voz empostada
e pistola apontada
na pobre vítima indefesa,
assustada, surpresa,
que lhe entrega o "tesouro" -
bolsa e carteira de couro -
resando um "Pai Nosso",
quase tendo um troço,
por ter sido contemplada
na "estatística das assaltadas".
De volta ao morro com saldo,
eufórico e auto-afirmado,
o menino faz relatos
das ações e atos
apresentando seus "ganhos"
aos patrões de olhares estranhos
que os contam regalados -
"Foram mais do que o esperado"! -
e lhe entregam uma migalha,
como paga ou coisa que valha,
pela ação bem sucedida,
meio louca, suicida,
que recém tinha acabado
e, pelo que foram informados,
roubando a filha do Delegado.
E neste rito egoísta
de assaltantes e pungistas,
falha igual por má sorte
é punida com a morte
sem direito de defesa.
E na vala executado,
o menino de corpo fechado
morreu igual a cabrito
dando pulos esquisitos
e cortando o morro, os gritos.
Deu-se pois a justiça cega
que cobra, paga e pega,
inocentes transgressores
deste circo de horrores
marginal
cuja escala é mundial.
- "Moscou ? ... dançou !"

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