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quarta-feira, 9 de janeiro de 2013

DESABAFO

 
Eu queria lhe contar um sonho
em versos tão longos como o verbo amar.
Queria toma-la em meus braços,
pegar dos ventos os abraços
e leva-la à caminho do mar.
Queria comprar-lhe algum doce,
um pequenino diamante que fosse
e um pedacinho de luar.
Dar-lhe um vestido preto de veludo decotado
e um colar de pérolas prá combinar.
Queria rolar pela neve,
catar toras de sebe
e acender a lareira prá lhe confortar.
Subir corredeiras,
descer ladeiras
e da ponte me lançar;
Veja que besteira... Só prá lhe preocupar.
Queria comprar um robalo,
uma truta ou um linguado
e pô-los para assar;
servi-los à boca,
deixa-la tão louca
de tanto gostar.
Queria lhe contar histórias,
lendas ou paródias
em que animais pudessem falar;
E na linguagem das flôres,
poemas de amores,
poder recitar.
Eu queria afagar seus cabelos -
meu constante apêlo -
que me insiste negar.
Ama-la na terra,
beija-la nas águas
e explodir no ar.
Ah!... Como eu queria!
... E como é bom condicionar;
Nos gera esperanças,
nos torna crianças
e nos faz sonhar.
Pena que está tão longe de mim
como as estrelas estão do mar...
Casa Vermelha / Verão de 2008

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