um pouco além dos arco-íris inconscientes,
logo após o quarteirão dos sonhos e pesadelos,
próximo ao habitat das alucinações e
onde os frutos estão maduros,
a primavera perene.
Lá,
sob um céu livre de artefatos,
na relva desenhada -
própria dos campos oníricos -
nos encontraremos.
Primeiro a surpresa:
- Como ?
Por que ?
Após a constatação:
- Estaremos nus e oniscientes,
sem futuro ou passado,
apenas o presente...
Nossos corpos e o fundo infinito!
Lentamente
a intuição resposta:
- Todos os teoremas,
dúvidas,
mistérios,
se desvendarão alí
no universo sensorial de nossos corpos;
cujas curvas,
protuberâncias,
rugas
e reentrâncias,
deverão ser tocadas,bolidas,
pesquisadas,
lambidas.
- ...urgirá acuidade,
curiosidade,
perseverança:
na mais imperceptível dobra
poderá se ocultar
o ponto fundamental do prazer.
Necessitará delicadeza,
atenção,
sutileza.Toques leves,
suaves,
plenos de safadeza...
Um suor retoucador
lubrificará nossos corpos
garantindo brilho
à revelação final.
Após,
tangidos pela frequência cardíaca
alterada,
tensa, quase infartada,
com premência de náufragos
nos agarraremos
como à tábua de salvação.
Valsas em dó maior,
polcas em ré menor
serão compostas
por murmúrios,
gritos e sussurros
sob a batuta do prazer.
Enjaulados no universo sensorial
atingiremos juntos
o egoísmo absoluto do goso
e nos traduziremos:
- As mil caras da menequim famosa
desfilarão em "big close"
no "slow-motion" das convulsões
do prazer.
- Os murmúrios do poeta
nos pícaros do tesão,
desnudarão seu estilo barroco
quase rococó.
...e nos instantes maiores,
mistura de id,
ego
e sensações,
singraremos galáxias
espalhando o gen amor !
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