Dispenso cravos e cruzes;
Quando chego, apago as luzes;
Não temo a escuridão -
abro-me à terceira visão.
Num mundo de símbolos
moram mitos,
escrevem-se histórias,
coreografam-se ritos,
dão-se glórias,
multiplicam-se aflitos
em busca de fama
que, tal qual uma lama,
envolve e inflama
a boçalidade humana.
Dispenso religiões e bandeiras
que, como imensas caldeiras
de óleos crus, fervilhantes,
são ameaças constantes
duma fé transbordante,
beirando a insanidade -
guerras, preconceitos, maldades...
Dispenso letras eternas,
palavras divinas
sobre o homem e sua sina
que estanca o tempo, discrimina.
Loucas quimeras.
A vida se renova nas primaveras.
Setembro/2015
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