Nômades são minhas ideias -
algumas maleáveis, outras sérias -
que fluem pelas aléias
dos meus pomares naturais.
Verdejantes sede de ser,
se mostrar, acontecer,
vicejar um novo alvorecer
e se tornarem reais.
Rubros são meus inquietos sonhos,
universais, de amores tamanhos,
supra reais, ascendentes, estranhos,
mutantes e virtuais...
Cânticos de riquezas múltiplas,
divididas, partilhadas sem disputas,
com igualdade e sem culpas
como benesses naturais.
Amarelas são as intempéries,
obedecendo inquestionáveis séries,
arbitrárias e estéreis,
monotonamente sequenciais.
Erupção de lavas, enchentes, queimadas,
epidemias, ondas, forças armadas,
frio, calor, acidentes, enxurradas
e as fatídicas políticas do "quero mais".
Azul é a vida levada,
muito sapeca se bem humorada
e atentamente observada...
É o que temos e nada mais !
Sofrer e ter alegrias,
curti-la sem hipocrisias,
vivendo-a dia após dias,
sem rejeita-la jamais !
E assim se completa o arco-íris
com cores e seus matizes
que nos fazem aprendizes
do negro do nunca mais.
Saber admira-lo nos cabe,
entende-lo - Quem sabe?
Reinventa-lo como uma nave
de conquistas espaciais...
Casa, agora branca - Piratininga
Rio 40ª graus Jan.2014