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sexta-feira, 31 de maio de 2013

SAUDADE


 
                Há em meu peito um poema engasgado; Bulindo, urdindo, gestando, cantando,  querendo nascer;  Provocando meu pranto, escancarando meu riso, me tirando o juízo  sem que saiba porque...

              Há em meu peito alguns versos escondidos, falando aos ouvidos, para que eu possa entender, sobre amores desfeitos, grandes feitos, aventuras, defeitos, odes ao amanhecer.

                Há em meu peito uma canção de esperança, tal qual em criança eu pude ter ; São cantigas de roda: - “Atirei o pau no gato; Unidunitê, salamê mínguê”...
 
                O que faço eu? Deixo nascer?  - É, vamos ver!

                ...Mas a bem da verdade, o intitularei SAUDADE,  para você o ler.
 
 
 
Comentar:
                                                        
Comentário de Marcia Portella 
 
              Paolo,essa é a saudade desinquieta que mora em todos nós..É muito bom te ler...
 
                
 
Comentário de Geraldo Coelho Zacarias 
          
          Meu DEUS!...
Raríssima inspiração;lindo
o teu poema;meus aplausos;abçs.
 
Comentário de Hildebrando Souza Menezes Filho 
 
            Ah! Grande, talentoso e refinado poeta Paolo... sabes ir à essência da saudade e lapidar palavras que a desnudam e a colocam face a face conosco. Sabes como bom artista das letras e dos sentimentos captar a alma da poesia que passa distraída pulando amarelinha ou esvoaçando nos cabelos da menina. A leitura que fazes da vida por si só já nos encanta e quando resolves escrever teu laudo poético então nos comove porque és um hábil intérprete da beleza, da estética, da pureza que ainda existe lá no íntimo das coisas e das pessoas. Sois um poeta magnífico que a todos devemos render nossas reverências pela tua excelência em ser como pessoa e artífice das bem lapidadas palavras que transferes aos poemas que escreves.
 
 
Comentário de Vilma Orzari Piva 
 
            Olá Paolo, você, poeta, sempre atento aos versos que nascem de teu peito, não tem como impedir esse nascimento,  todos eles virão à tona, saudáveis e lindos!! Parabéns!! Beijos!
 

Comentário de Arlete Brasil Deretti Fernandes 
 
          Olá, Paolo!
Belo e original poema!
Beijos
Arlete

quinta-feira, 9 de maio de 2013

SEQUENCIAL

 
 
Entre o ato, o fato e o relato
há um hiato - o TEMPO.
 
Após a dor, o ardor e o torpor...
O curador, o TEMPO.
 
Histórias, glórias, vitórias;
 Memórias do TEMPO.
 
Remorsos, destroços e percalços;
 Ossos do TEMPO.
 
Entender, temer e perceber;
Uma questão de TEMPO -
implacável, desejável, a contento.


Casa branca, Piratininga. Outono de 2013

segunda-feira, 18 de março de 2013

O TROGLODITA MODERNO


(Foto de Dorothea Lange)

O homem múltiplo;
Bem armado, prendado,..
embora safo, acuado,
intelectual reservado,
fornido e formado
prá entender de todo mal...
- Pró ou contra?
- Questão salarial;
De grana, bufunfa...
Isso é normal.
O homem moderno,
focado, factual,
ligado no tempo
agora global,
24 horas atento
a qualquer movimento
dos bilhões que ao vento
possam lhe fazer mal...
O homem asfáltico -
resoluto, intencional...
Que se mija de medo,
acorda cedo, ouve conselhos,
faz exercícios,
deplora comícios,
esconde os vícios...
Comida ? - Só natural !
O homem peça
duma engrenagem maldita
que engana e explica
a origem do mal...
Vitaminado, ecológico,
um novo Neandertal -
só não anda de quatro
porque para as mãos não tem sapatos
e não quer sujar as unhas
e ter que pagar manicure
ou remédio que cure
seu orgulho boçal...
O homem místico,
prá quem viver é um risco
e tudo na vida é o mal...
Bom ? - Só após a morte,
quando se chega ao Paraíso -
um condomínio especial
que arrazoa o dízimo
e até bula Papal.
Vamos bem ou vamos mal ?
 
Comentar:
Comentário de Mônica do S Nunes Pamplona
 
Ah.
Esqueci de acrescentar, que a comparação não é física. E sim social.
Comentário de Mônica do S Nunes Pamplona 
          
Um poema inteligente. Onde nos mostra a linha tênue que separa o homem atual do neandertal.
Palavras muito bem escolhidas, a diagnosticar nenhuma perfeição em comparação ao troglodita!
Pra lá de excelente esse teu poema Paoolo!
Parabéns.
Bjsss
Comentário de Arlete Brasil Deretti Fernandes
           
Querido PAOLO!
Um poema filosófico, bem tecido, gira em torno do muito bem escolhido Título: "O Troglodita Moderno".
Ele existe e vive todas as alternativas que a chamada civilização lhe foi oferecendo, mas tem a atual "Doença do Vazio".
Parabéns, poeta! Gostei. Beijossssssss
Comentário de Otavio JM 
          
Faz muito bem à alma, ler algo tão pleno... A sua poesia é um desfolhar de versos que nos embriagam a alma, o ser.... Parabéns pela beleza de sua inspiração. Abraços e um gesto de carinho poético a foto é espetacular também

domingo, 17 de março de 2013

EM TORNO DE MIM MESMO


Eu vou
porque estou
no que restou
do vôo
da juventude
que atitudes
extremas
rebelaram,
revelaram,
zelaram
por princípios difusos,
confusos,
portanto escusos,
em uso
na moda,
em voga
mundo afora,
globalmente,
qual serpente
que enrosca na gente,
nos faz dementes,
fracos, dependentes,
aprisionados,
enfartados,
dopados
inutilmente.
Eu vou
porque estou
onde estive
e sou.
Misturas
de frescuras,
doenças e curas;
medos erráticos,
movimentos estáticos,
sorrisos simpáticos,
confissões,
delações,
inter-relações,
reflexões apaixonadas,
dependentes,
cansadas,
duas vezes nada
tão somente;
a mesma serpente
enrolada na gente -
que aperta e mente.
Eu sou
o que fui;
serei
o que vi -
lá, aqui, ali -
neste mundo que parí.
Útil, fútil... Rir !
Casa Branca - Piratininga.
Verão 2013
 
 
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Comentário de Hildebrando Souza Menezes Filho 
           
pior é que é mesmo!
Comentário de Marcia Portella 
            
Paolo,pensou e disse a mais pura verdade...É para onde todos vamos...........
Comentário de Hildebrando Souza Menezes Filho
           
hehehe! Muito doido!